Entre erros, intensidade e confusão, eu só quero alguém que tope ser doido comigo.
Não existe um jeito certo de amar, né? Cada um ama do jeito que sabe, do jeito que consegue, do jeito que faz o coração pulsar mais forte. Alguns amam em silêncio, outros gritam aos quatro ventos. Tem gente que ama com delicadeza, outros com uma intensidade que chega a sufocar. E, no fim, tudo bem. Amar não precisa seguir um manual, não exige regras fixas ou fórmulas exatas. Amar é bagunçado, é confuso, mas também é o que dá sentido a muita coisa.
Eu acredito que o amor nasce na simplicidade – em uma conversa despretensiosa, em um riso espontâneo, em uma música compartilhada, em uma fé dividida ou até no silêncio confortável de quem não precisa dizer nada para se sentir em casa. Mas, pra mim, o que realmente conquista, o que me prende, é a loucura. Não essa loucura destrutiva, mas a loucura leve e genuína de quem não tem medo de ser quem é. Porque ser doido – e ter alguém que gosta de ser doido comigo – me traz paz. É um caos que me acolhe, que me faz rir à toa, que transforma os dias comuns em algo especial.
Já me perguntaram uma vez: “Por que você não dá certo com ninguém?” E eu fiquei em silêncio, porque não soube responder. Até hoje, essa pergunta me persegue em momentos de insônia. Talvez o problema seja o meu jeito intenso demais, ou a minha risada alta que ecoa sem pedir licença. Talvez seja a forma como eu falo sem parar, ou a falta de filtro em momentos em que deveria me calar. Pode ter a ver com a minha história, com o lugar de onde vim, com os erros que já cometi, ou até com a minha maturidade – ou quem sabe, a falta dela. A verdade é que eu não sei, e talvez nunca saiba. Mas será que precisa existir um motivo? Será que amar precisa sempre “dar certo”?
A verdade é que eu amo amar. Amo me entregar sem reservas, amo sentir tudo em excesso. Amo falar que amo, mesmo que pareça exagero. Amo me emocionar fácil, amo viver no risco, amo mergulhar no desconhecido, amo rir de coisas bobas, amo dividir detalhes do meu dia como se fossem grandes acontecimentos. Eu amo tudo isso, mesmo sabendo que, pra muitos, pode ser demais. Porque eu não sei amar pela metade – e, talvez, ninguém aguente isso por muito tempo. Talvez, em algum momento, as pessoas enjoem desse meu jeito de sentir tanto e se doarem de menos. E está tudo bem. Porque, mesmo quando o amor acaba, o que senti foi verdadeiro enquanto durou.
Já amei de formas erradas, já fui intensa ao ponto de sufocar, já insisti em quem não me queria mais, já deixei passar quem merecia ficar. Errei tentando acertar. Mas, ainda assim, acho que até o amor errado tem seu valor. Porque, mesmo imperfeito, ainda é amor. Amar do jeito torto, amar com falhas, amar sem saber como continuar – tudo isso ainda é amor. E isso, por si só, já é magnífico. Porque, no fim, o que importa é que, em meio à confusão que sou, eu amei. E ainda amo.
Talvez eu só queira alguém para amar livremente – do meu jeito atrapalhado, do jeito que a pessoa precisa. Alguém que não se assuste com a intensidade, que ria junto comigo do vento, que me ouça contar as coisas mais sem sentido do mundo. Eu sinto falta de me apaixonar de verdade, de querer estar perto, de criar memórias, de tentar todos os dias fazer dar certo. Sinto falta até de errar por amar demais e, depois, me esforçar para consertar o que foi quebrado.
Amar não é sobre ser perfeito ou ter todas as respostas. Amar é sobre estar disposto a ficar, mesmo quando tudo parece difícil. É sobre topar ser doido junto, mesmo quando o mundo insiste em ser sério demais. E, se um dia você me quiser, não precisa ser perfeito – só precisa ser doido o bastante para não fugir.
Bela obra textual amg!! Continue produzindo sempreee 👏🏻🩷✨
nós mulheres que amamos amar de muitas formas e trejeitos, e ser amadas também de volta.